- A Santa Eucaristia
Os santos sacramentos da Igreja, particularmente a Santa Eucaristia, merecem atenção especial em nossa caminhada espiritual. Ela deve ser o ponto alto da vida da Igreja e pertencer naturalmente à nossa amada identidade católica.
Na meditação de anteontem mencionei o termo “Santa Missa dignamente celebrada”. Infelizmente existem Santas Missas no “Novus Ordo” que estão marcadas por um caráter subjetivo, com intervenções que não fazem parte da liturgia, com cantos que não correspondem à santidade do evento, etc…
Na realidade, dever-se-ia evitar participar de tais missas, pois devido à banalização, à falta de reverência e aos elementos alheios, a alma não sai fortalecida e nem é atraída pelo mistério da fé, mas sim que permanece na periferia. Portanto é aconselhável – sempre que seja possível – participar das Santas Missas que preservam a sacralidade. Mesmo que se tenha que percorrer uma distância mais longa e difícil para se chegar a uma igreja onde a Missa seja celebrada desta forma, vale a pena, pois o maior tesouro que recebemos deve ser venerado com devoção santa e alimentar a nossa alma de verdade.
Isto ocorre especialmente na Santa Missa do rito tradicional (Tridentino), que transmite a fé católica sem experimentos litúrgicos. Por isso podemos recomendá-la indiscriminadamente, pois nela está presente uma reverência santa, a alma é fortalecida na fé e é inserida na tradição milenar de como a Missa foi celebrada ao longo dos séculos e sido o alimento para muitos santos e gerações de fiéis.
- O sacramento da penitência
Outro sacramento de valor inestimável é a santa confissão, cujo efeito é de enorme profundidade. Quando o sacerdote perdoa os nossos pecados em nome de Jesus, a nossa alma é curada e ganha novas forças. Ela experimenta um encontro com a misericórdia de Deus e, assim, descobre cada vez mais a essência de Deus. Longe de ser um processo mecânico, ou um mero desabafo psicológico, a santa confissão é um encontro vivificante com o nosso bondoso Pai do Céu. 3.22Ele não só eleva a alma novamente, mas tendo perdoado a sua culpa a adorna com a veste da graça e se deleita nela.
Assim, a alma pode seguir o seu caminho com a serenidade de saber-se perdoada, agradecida pelo amor incessante do Pai Celestial, agradecida pelo sacrifício amoroso de Jesus na cruz, agradecida ao Espírito Santo por se revelar e se fazer entender cada vez mais em Sua luz.
Lamentavelmente hoje em dia é preciso alertar as pessoas para que se aproximem do sacramento da confissão com a devida seriedade. Isto inclui tanto a contrição, ou seja, o arrependimento pelo pecado cometido, 4.22com um firme propósito de mudar. Também devemos acrescentar que o pecado deve continuar a ser chamado pelo seu nome. A tendência do sacerdote em dar a absolvição ao penitente sem o arrependimento e propósito de emenda não corresponde à prática católica.
A regularidade na recepção destes sacramentos também nos confere estabilidade em nossa caminhada espiritual e nos alimenta constantemente. Eles são instrumentos espirituais de considerável ajuda dados por Deus para o nosso caminho de santidade. Nunca devemos negligenciá-los e devemos ir ao confessionário com mais frequência. Se além de receber o perdão dos pecados o confessor nos der um bom conselho para a nossa vida com Deus, sairemos dali abençoados e seremos capazes de abençoar a outros também.
- O sacramento do matrimônio
Cada vez menos casais – inclusive, infelizmente, católicos – estão cientes do valor do santo matrimônio. Pensam que podem simplesmente adiar o casamento religioso até encontrarem uma data em que todas as circunstâncias externas se encaixem e antes dele já vivem juntos como cônjuges, com os correspondentes atos íntimos. Isto é errado e pior ainda seria pensarem que não precisam se casar de modo algum.
A Igreja tem uma visão muito elevada e positiva do matrimônio porque, em sua união, homem e mulher devem refletir a relação de Cristo com a sua Igreja (Ef 5,22-33). Portanto, a exclusividade e a indissolubilidade, a abertura à vida e a busca do bem do outro são componentes básicos de um casamento. O casamento vive do amor e da fidelidade e, pela graça de Deus, pode renovar-se e aprofundar-se cada vez mais. Assim como a Igreja deve amar e ser fiel ao seu Senhor, assim também os esposos o devem ser. É por isso que no Antigo Testamento a infidelidade do Povo de Israel a Deus é muitas vezes comparada ao adultério (cf., por exemplo, Os 2:7).
O matrimônio e a família são queridos por Deus e são o normal e o desejável para a maioria das pessoas. Não obstante, o Senhor chama a alguns para uma vida de total entrega ao serviço de Deus e da humanidade para a qual devem ser completamente livres. Tal vocação é um grande sinal do amor de Deus e bem-aventurados são aqueles que respondem a este chamado.
Um “casamento” entre homossexuais, tal como se pretende estabelecer e legalizar hoje em dia no âmbito civil, é algo que a Igreja não pode endossar e muito menos abençoar. Ela é chamada a ajudar as pessoas com tais inclinações a levarem uma vida de acordo com a vontade de Deus.
Devido à indissolubilidade do casamento e do vínculo sacramental que surge entre os cônjuges “até que a morte os separe”, só é possível se contrair um novo casamento se o marido ou esposa morrer, ou se a nulidade do primeiro casamento for estabelecida. Com um acompanhamento pastoral sábio, aqueles cuja situação de vida não corresponde à norma objetiva devem ser atendidos e instruídos sobre como ordená-la diante de Deus e da Igreja para que possam receber os sacramentos novamente.
Da meditação de hoje, concluímos que os santos sacramentos fazem parte do que São Nicolau de Flüe pede na segunda parte de sua oração, quando diz: “Meu Senhor e meu Deus, dai-me tudo o que me aproxima de vós”.
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Meditação sobre a leitura do dia: http://es.elijamission.net/2022/03/22/
Meditação sobre o evangelho do dia: http://es.elijamission.net/2021/03/09/