O CAMINHO DO ADVENTO | Dia 18: “A pregação do Evangelho”

Nas duas últimas meditações, falamos sobre a vigilância e sobre a necessidade de guardarmos óleo de reserva para as nossas lâmpadas, tal como fizeram as virgens prudentes da parábola evangélica (cf. Mt 25, 1-13). Ambos os aspectos são apropriados para aumentar o amor, que é indispensável para não desfalecermos ao longo do caminho e durante a nossa espera pelo Senhor.

Há muitas formas de demonstrar amor a Jesus e ao próximo. Como ouvimos ontem, o amor é criativo. O amor também se preocupa em conhecer os desejos mais profundos da pessoa amada. Se perguntarmos a Jesus qual é o desejo mais profundo do seu coração, a resposta será clara: que o Pai seja glorificado!

“Eu glorifiquei-Te na terra, realizando a obra que me deste. Agora, Pai, glorifica-me junto de ti com a glória que eu tinha junto de ti antes de o mundo existir. Manifestei o teu nome aos homens que me deste, tirando-os do mundo. Eles eram Teus e Tu os deste a mim; e eles guardaram a Tua palavra. Agora, eles sabem que tudo o que me deste vem de ti, porque as palavras que me deste, eu lhes dei e eles receberam-nas e conheceram verdadeiramente que eu vim de ti e creram que tu me enviaste» (Jo 17, 4-8).

Com que ardor arde o Coração do Redentor pelo Pai que o enviou e pelos homens! Se esse amor se acendesse também em nós, o nosso maior desejo seria o mesmo que o d’Ele.

Podemos dar uma resposta concreta a este desejo do Senhor: anunciar o Evangelho a todo o mundo (cf. Mt 24, 14; Mc 13, 10). Nada glorifica tanto o Pai como quando o homem responde ao seu amor, acolhe as suas palavras e começa a viver em comunhão com Ele, dando-Lhe assim a oportunidade de O colmar com o seu amor.

Na introdução às meditações desta semana, que nos preparam para a segunda vinda de Cristo, ouvimos que um dos sinais precursores é precisamente o anúncio do Evangelho por todo o mundo.

Será que o Evangelho já foi pregado em todo o lado? Poderemos dizer ao Senhor que esta condição foi cumprida e, portanto, pedir-Lhe que não demore a vir?

Talvez percebamos que, de alguma forma, podemos responder tanto com um “sim” como com um “não”. É verdade que o Evangelho chegou a lugares remotos, talvez a todas as nações e a praticamente todos os povos. Mas terá criado raízes em todos os lugares?

Pensemos nos muitos países asiáticos ou nas nações islâmicas que realmente não conhecem o Evangelho, nas gerações que caíram sob o domínio comunista ou que ainda estão sob ele e em tantos outros países onde o anúncio autêntico do Evangelho é cada vez mais raro. Diante deste panorama, teremos de constatar que a situação é desoladora. Muitas vezes, a pregação limita-se ao “horizontal”, ou seja, concentra-se sobretudo em ajudar as pessoas nas suas necessidades terrenas. No entanto, o primeiro objetivo deveria ser a salvação eterna das almas e o facto de os homens levarem uma vida cheia de sentido neste mundo.

As possibilidades de anunciar o Evangelho por todo o lado multiplicaram-se graças aos modernos meios de comunicação. Se forem aproveitados para a evangelização, alcançarão o seu propósito mais elevado. É claro que não se pode ignorar o facto de que, frequentemente, as possibilidades técnicas caem nas mãos das forças das trevas e que aqueles que disponibilizam esses meios correm o risco de abusar do seu poder. Ainda assim, enquanto tal for possível, devemos aproveitar esses canais, sem descuidar das oportunidades de anunciar o Evangelho de pessoa para pessoa.

Ainda há muito a fazer!

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Meditação sobre a antífona O de 17 de dezembro: https://es.elijamission.net/o-sapientia-2/

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